Para Aristóteles,
existem quatro causas implicadas na existência de algo:
- A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por
exemplo);
- A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);
- A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa
surge, como as mãos de quem trabalha a argila);
- A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar
arranjos para enfeitar um ambiente).
Para Aristóteles, a Lógica é
um instrumento, uma introdução para as ciências e para o conhecimento e
baseia-se no silogismo, o
raciocínio formalmente estruturado que supõe certas premissas colocadas
previamente para que haja uma conclusão necessária. O silogismo é dedutivo,
parte do universal para o particular; a indução, ao
contrário, parte do particular para o universal. Dessa forma, se forem
verdadeiras as premissas, a conclusão, logicamente, também será.
A filosofia
aristotélica é um sistema, ou seja, a relação e conexão entre as várias
áreas pensadas pelo filósofo. Seus escritos versam sobre praticamente todos os
ramos do conhecimento de sua época (menos as matemáticas).
Embora sua produção tenha sido excepcional,
apenas uma parcela foi conservada. Seus escritos dividiam-se em duas espécies:
as 'exotéricas' e as 'acroamáticas'. As exotéricas eram destinadas ao
público em geral e, por isso, eram obras de caráter introdutório e geralmente
compostas na forma de diálogo. As acroamáticas, eram destinadas apenas
aos discípulos do Liceu e compostas na forma de tratados. Praticamente tudo que
se conservou de Aristóteles faz parte das obras acroamáticas. Da exotéricas, restaram
apenas fragmentos.
No sistema
aristotélico, a ética é a ciência das condutas, menos exata na medida em que se ocupa com assuntos
passíveis de modificação. Ela não se ocupa com aquilo que no homem é essencial
e imutável, mas daquilo que pode ser obtido por ações repetidas, disposições
adquiridas ou de hábitos que constituem as virtudes e os vícios. Seu objetivo
último é garantir ou possibilitar a conquista da felicidade.
Partindo das
disposições naturais do homem (disposições particulares a cada um e que
constituem o caráter), a moral mostra como essas disposições
devem ser modificadas para que se ajustem à razão. Estas disposições costumam estar
afastadas do meio-termo, estado que Aristóteles considera o ideal.
Assim, algumas pessoas são muito tímidas, outras muito audaciosas. A virtude é o meio-termo e o vício se dá ou na
falta ou no excesso. Por exemplo: coragem é uma virtude e seus contrários são a
temeridade (excesso de coragem) e a covardia (ausência de coragem).
As virtudes se realizam
sempre no âmbito humano e não têm mais sentido quando as relações humanas
desaparecem, como, por exemplo, em relação a Deus. Totalmente diferente é a virtude
especulativa ou intelectual, que pertence apenas a alguns (geralmente os
filósofos) que, fora da vida moral, buscam o conhecimento pelo conhecimento. É
assim que a contemplação aproxima o homem de Deus.